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29/06/2015 10:40
Projeto propõe regularizar atuação de doulas em Salvador
FONTE: A TARDE
O Projeto de Lei nº 139, que tramita na Câmara de Vereadores de Salvador, voltou a colocar a humanização do parto e os direitos das gestantes no centro das discussões do setor obstétrico. De autoria do vereador Luiz Carlos Suíca (PT), o projeto pretende regulamentar a atuação das doulas em maternidades e hospitais públicos e privados da capital baiana. Ação semelhante já ocorreu em maio deste ano na cidade de Santos, em São Paulo.
Doulas são mulheres treinadas para dar suporte físico e emocional à gestante antes, durante e após o parto. Para alguns, trata-se apenas de uma acompanhante. Para outros, uma profissional que faz toda a diferença durante este processo.
Se o projeto for aprovado, as instituições serão obrigadas a permitir a presença dessas profissionais durante o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato,
sempre que solicitadas pelas parturientes.
Atualmente, a entrada e permanência delas ficam a critério de cada maternidade e hospital. A proibição, no entanto, não é incomum. A doula Carla Miranda, 28, por exemplo, já foi proibida de ter acesso a um hospital privado de Salvador. A profissional acompanhava uma gestante que estava em trabalho de parto.
"Fiz o acompanhamento durante toda a gestação e, no momento mais importante, não pude estar perto. Isto é muito frustrante para elas e para nós, profissionais", diz.
Decisão
A experiência fez com que Carla Miranda tomasse uma decisão: dali em diante, só aceitaria acompanhar gestantes que pretendessem se submeter ao parto domiciliar.
"Em casa, não há o risco de impedirem nosso acesso. O trabalho pode ser realizado de maneira mais livre e de forma mais efetiva", afirma ela.
Presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Ricardo Pereira Costa, não concorda com a obrigação de permitir o acesso das doulas nas instituições.
"Nos hospitais públicos, onde faltam profissionais, elas podem até contribuir na hora do parto, mas os privados já contam com equipe especializada e preparada para isso", defende.
Questionado sobre a importância da profissional quanto ao apoio psicológico à gestante, Pereira argumenta: "O apoio emocional é dado pelos próprios familiares. Não vejo razão alguma para ter mais uma pessoa dentro do hospital".
A antropóloga e doula Aischa Schut discorda. Isso porque, segundo ela, a família também está envolvida e vivendo todas as emoções junto com a gestante.
"Frequentemente o pai ou a mãe da gestante não sabe como se comportar naquele momento. A doula vai oferecer massagens que aliviem a dor, ajudar a encontrar
posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, além de dar suporte também ao companheiro", explica.
O presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba), Carlos Lino, reconhece a importância das doulas, mas acredita que, diante dos inúmeros
problemas enfrentados no setor obstétrico, o projeto se torna inviável.
"As maternidades vivem uma situação dramática. Mal há espaço para a equipe especializada e o acompanhante da gestante. Imagine o que é ter mais uma pessoa dentro desse ambiente, que já é tenso?", questiona.
O Projeto de Lei nº 139, que tramita na Câmara de Vereadores de Salvador, voltou a colocar a humanização do parto e os direitos das gestantes no centro das discussões do setor obstétrico. De autoria do vereador Luiz Carlos Suíca (PT), o projeto pretende regulamentar a atuação das doulas em maternidades e hospitais públicos e privados da capital baiana. Ação semelhante já ocorreu em maio deste ano na cidade de Santos, em São Paulo.
Doulas são mulheres treinadas para dar suporte físico e emocional à gestante antes, durante e após o parto. Para alguns, trata-se apenas de uma acompanhante. Para outros, uma profissional que faz toda a diferença durante este processo.
Se o projeto for aprovado, as instituições serão obrigadas a permitir a presença dessas profissionais durante o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato,
sempre que solicitadas pelas parturientes.
Atualmente, a entrada e permanência delas ficam a critério de cada maternidade e hospital. A proibição, no entanto, não é incomum. A doula Carla Miranda, 28, por exemplo, já foi proibida de ter acesso a um hospital privado de Salvador. A profissional acompanhava uma gestante que estava em trabalho de parto.
"Fiz o acompanhamento durante toda a gestação e, no momento mais importante, não pude estar perto. Isto é muito frustrante para elas e para nós, profissionais", diz.
Decisão
A experiência fez com que Carla Miranda tomasse uma decisão: dali em diante, só aceitaria acompanhar gestantes que pretendessem se submeter ao parto domiciliar.
"Em casa, não há o risco de impedirem nosso acesso. O trabalho pode ser realizado de maneira mais livre e de forma mais efetiva", afirma ela.
Presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Ricardo Pereira Costa, não concorda com a obrigação de permitir o acesso das doulas nas instituições.
"Nos hospitais públicos, onde faltam profissionais, elas podem até contribuir na hora do parto, mas os privados já contam com equipe especializada e preparada para isso", defende.
Questionado sobre a importância da profissional quanto ao apoio psicológico à gestante, Pereira argumenta: "O apoio emocional é dado pelos próprios familiares. Não vejo razão alguma para ter mais uma pessoa dentro do hospital".
A antropóloga e doula Aischa Schut discorda. Isso porque, segundo ela, a família também está envolvida e vivendo todas as emoções junto com a gestante.
"Frequentemente o pai ou a mãe da gestante não sabe como se comportar naquele momento. A doula vai oferecer massagens que aliviem a dor, ajudar a encontrar
posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, além de dar suporte também ao companheiro", explica.
O presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba), Carlos Lino, reconhece a importância das doulas, mas acredita que, diante dos inúmeros
problemas enfrentados no setor obstétrico, o projeto se torna inviável.
"As maternidades vivem uma situação dramática. Mal há espaço para a equipe especializada e o acompanhante da gestante. Imagine o que é ter mais uma pessoa dentro desse ambiente, que já é tenso?", questiona.