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Notícias

26/07/2016 15:10

Representatividade da mulher negra é tema de debate na Alba


Nesta segunda-feira (25), data em que se comemora o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, o Governo do Estado promoveu debate para discutir a ‘Representação e representatividade da mulher negra na Bahia’, na Assembleia Legislativa (Alba), em Salvador.

O evento, aberto ao público, integra as mobilizações do Julho das Pretas e da Década Estadual Afrodescendente, que propõe incentivar a luta pela igualdade e a elaboração de políticas públicas voltadas para esse grupo. Além da mesa temática desta segunda, todo o mês de julho contou com programação intensa de atividades realizadas pelas secretarias de Política para as Mulheres (SPM) e Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), entre outros órgãos públicos e movimentos sociais diversos.

Compondo a mesa temática na Alba, a jornalista e dramaturga Mônica Santana destacou os desafios e conquistas das mulheres negras ao longo do tempo. “Precisamos pensar mais nessas mulheres que foram sempre pouco escutadas, pouco visíveis e, quando tinham visibilidade, eram tratadas em uma perspectiva subalterna e, por vezes, animalizada. É louvável o quanto temos avançado, com mais e mais mulheres produzindo novos discursos, mostrando a sua potência. Este é um momento de reflexão importante. Por isso é que precisamos avançar ainda mais, ocupar ainda mais espaços de liderança. Esse é só o começo”, contou a jornalista.

Sobre as políticas públicas voltadas para as mulheres negras, a titular da Sepromi, Vera Lúcia Barbosa , ressaltou que é preciso refletir sobre as conquistas que a sociedade já teve até o momento. “Reconhecemos os nossos desafios e necessidade de adentrar ainda mais os espaços de poder, ter mais conquistas efetivas, mas já temos um arcabouço de leis e medidas que nos fortalecem nessa caminhada. Aqui na Bahia, nós temos o Estatuto de Promoção da Igualdade Racial, que é um marco muito simbólico, e, dentro dele, temos um capítulo voltado para as mulheres negras”, afirmou a secretária.

Vera Lúcia destacou outras políticas públicas significativas, como a formação do Grupo de Trabalho da Década Estadual Afrodescendente, com o envolvimento de secretarias estaduais e Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), para construir um plano estratégico para a população negra, com o olhar especial para a mulher. “São conquistas importantes que precisam ser celebradas, mas sempre com o olhar no futuro e para o protagonismo dessas mulheres”.


Julho das Pretas


Durante todo o mês, o tema ‘Mulher Negra e Poder: Lutas e Desafios’ norteou seminários, caminhadas, encontros de formação, oficinas, rodas de diálogo, campanhas e diversas outras ações. Em homenagem a Maria Felipa, julho foi celebrado com a mobilização da sociedade civil e dos movimentos sociais, em prol dos direitos e empoderamento das mulheres negras.

Para a secretária da SPM, Olívia Santana, trabalhar esse grupo especificamente é importante porque permite uma análise social de como se encontram essas mulheres no estado. “Trabalhamos para todas as mulheres do estado, mas quando fazemos ações voltadas para mulheres pobres ou em situação de vulnerabilidade social percebemos que quase a totalidade delas é negra”.

Olívia destacou ainda que as estatísticas de violência contra a mulher "apontam que, em um grupo de 100 mil mulheres, as negras sofrem duas vezes mais violência que as brancas. Isso tudo não é uma apenas coincidência. Precisamos olhar com mais atenção e trabalhar pela igualdade”.

A major Denice Santiago, do quadro da Política Militar da Bahia, também participou da mesa temática, compartilhando sua trajetória de luta e afirmação da identidade dentro da corporação. "Logo quando comecei a trabalhar usava o cabelo trançado e um oficial me disse que o visual era incompatível com a PM. Usei por anos", falou, destacando a importância da resistência e valorização da mulher negra.


Com informações da Secom/Sepromi
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