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Notícias

26/08/2016 10:00

Roda de conversa sobre a participação das lésbicas nos espaços de poder reuniu representantes dos principais movimentos de luta

Na tarde de ontem (25), no auditório do Instituto de Artesanato Visconde de Mauá, no bairro do Pelourinho, foi realizada a Roda de Conversa: “Lésbicas nos Espaços de Poder”. O encontro promovido pela Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA) e o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM) reuniu representantes dos principais movimentos de luta.

A Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia, Olívia Santana, esteve presente no evento, que contou também com a participação da professora e analista do Tribunal de Justiça do Piauí, e coordenadora do Grupo Matizes – Pela Livre Expressão Sexual, Marinalva de Santana; da professora e integrante do Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Lesbianidade, Gênero e Raça da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e membro da Rede LGBT de Memória e Museologia Social, Anna Luisa Santos de Oliveira; e da Mestra em História, Professora e Coordenadora do Centro de Estudos em Gênero, Raça/Etnia e Sexualidade – Diadorim da UNEB, e Conselheira da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) e do CDDM, Amélia Maraux.

Em seu momento de fala, a Secretária Olívia Santana ressaltou a importância da presença da convidada Marinalva, que através de sua força, garra e compromisso no Piauí, tem inspirado mulheres em outros estados. Ela enfatizou que é preciso buscar a emancipação da sociedade, que ainda não tem capacidade de reconhecer a diversidade como um valor.

A gestora ainda lembrou os episódios recentes dos jogos olímpicos que deram visibilidade às mulheres lésbicas, que se impuseram contra o machismo e a lesbofobia em um evento com alcance mundial. Segundo ela, Rafaela Silva, judoca brasileira medalhista de ouro, é um exemplo deste empoderamento: mulher, negra e lésbica, ela continuará enfrentando discriminações, porém, cada vez mais empoderada com os espaços já conquistados.

Por fim, Olívia reafirmou o compromisso da continuidade da promoção de espaços de diálogos e debates, sobretudo, com a preocupação de concretizar políticas públicas para as mulheres lésbicas.

A professora do Piauí, Marinalva de Santana, entusiasmou o público presente, trazendo, para a roda de conversa, questionamentos próprios e indagações delicadas, apresentando uma visão realista e pertinente sobre a relação entre teoria e prática. Segundo ela, os movimentos de lésbicas ocupam-se muito com os problemas enfrentados, dando pouca atenção às conquistas desejadas.

Neste aspecto, ela parabenizou o evento realizado na Bahia, frisando que o tema “Lésbicas nos Espaços de Poder” é extremamente positivo e inspirador, incentivando as mulheres a seguirem nos debates e impulsionando-as a lutarem por conquistas concretas.

Amélia Maraux, também professora e conselheira do CDDM e da LBL, enfatizou a sua satisfação em ver a SPM-BA realizar um evento para este público, no mês da visibilidade lésbica. Segundo ela, é preciso criar momentos de reflexão sobre o direito de ocupação de espaços, e, sobretudo, pensar como alcançar as mulheres da periferia e de todo o estado da Bahia, para garantir os direitos relacionados também à saúde, educação, cultura e mercado de trabalho.

Anna Luisa Santos, professora e integrante do Laboratório de Estudos e Pesquisa sobre Lesbianidade, Gênero e Raça da UFRB, afirmou estar honrada de fazer parte de um evento com mulheres experientes e que lutam há tanto tempo pela causa das lésbicas. Ela apresentou o trabalho do Laboratório, que aborda os direitos sexuais de lésbicas e negras em situação de prisão, que tem foco no enfrentamento à lesbofobia e racismo, com atividades vinculadas às áreas de Artes e Humanidades.

Um espaço de debate foi aberto para que os representantes dos principais movimentos, fóruns e grupos acadêmicos de luta para a garantia dos direitos e visibilidade das lésbicas e mulheres bissexuais pudessem realizar questionamentos e contribuições.

Ubiraci Matilde, que esteve presente representando a Secretaria da Saúde da Bahia, frisou em sua fala a necessidade de ocupação de espaços institucionais para garantir a discussão e o foco nos interesses do segmento de lésbicas. Em sua visão, é preciso implementar ações e projetos com intersetorialidade entre órgãos e instituições do governo.

Bárbara Alves, representante do Coletivo LesbiBahia, abordou a falta de pesquisas sobre as lésbicas como uma fraqueza no desenvolvimento de políticas para este público. Neste aspecto, a representante do Grupo de Estudo Feminista em Política e Educação da Universidade Federal da Bahia – GIRA, Shirley Santos, informou que há um trabalho sendo desenvolvido sobre lésbicas e política, através da análise das candidaturas na eleição de 2016, e colocou o grupo à disposição para o fornecimento de dados de pesquisas já realizadas.

O encontro, que também foi realizado em homenagem ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, que será celebrado no próximo dia 29 de agosto, permitiu que o público pudesse trocar reflexões e experiências, o que o consolidou como um importante momento de afirmação do compromisso para continuidade da luta.


Ascom SPM-BA
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