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12/06/2017 10:50

Softwares miram combate à violência contra a mulher  

O projeto Desafios Bahia Hackathon, com o tema “Respeita as Mina”, reuniu, em uma maratona de programação, 32 estudantes – 22 mulheres e 10 homens – de diferentes cursos, entre eles, administração, design, ciência da computação e sistema de informação, para desenvolver, por meio de tecnologias digitais, ferramentas inovadoras para a campanha de combate à violência contra as mulheres. O evento ocorreu nos dias 03 e 04 de junho, no Instituto de Matemática da UFBA.

A equipe vencedora, formada por quatro estudantes do departamento de ciência da computação, desenvolveu o Salvamaria, uma plataforma online que aproxima a Operação Ronda Maria da Penha, da Polícia Militar, das mulheres assistidas em situação de violência.

“No primeiro dia do evento, tivemos uma palestra com as integrantes da Ronda Maria da Penha, na qual elas nos apresentaram diversos desafios que têm em seu trabalho: manuseio de muitos papéis, poucas viaturas para muitas assistidas, além de não ter um acompanhamento e um suporte tão frequente. As falas delas e os entraves que eles têm na Ronda nos motivaram bastante a desenvolver a nossa plataforma”, contou Ana Carolina, 22 anos.

“Tentamos então resolver esses três principais problemas. Criamos uma plataforma em que todos os procedimentos serão informatizados, em que as mulheres assistidas terão uma espécie de diário para relatar sua rotina e os acontecimentos. Haverá uma rede de apoio especializada, com psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais. Ainda será um espaço de dados abertos, no qual a sociedade terá acesso às estatísticas dessa situação de violência contra a mulher” contou Ingrid Cruz, 20 anos.

O Hackathon é um evento inédito na Bahia. Na forma de uma maratona de programação, em 33 horas, os participantes tiveram que resolver desafios cujo tema foi a campanha de combate à violência contra as mulheres, lançado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia.

Nenhum dos integrantes da equipe é natural de Salvador. Todos iniciaram sua relação com a tecnologia em regiões próximas da capital. Em Santo Amaro, a cerca de 80km da capital baiana, Ana fez cursos livres de informática, estagiou na área e, logo depois, ingressou no Ensino Médio integrado ao curso técnico profissionalizante de informática, no Instituto Federal da Bahia (IFBA).

Também em Santo Amaro, Ingrid fez o mesmo curso. Gabriele, que morava em Simões Filho, a aproximadamente 32 km de Salvador, se deslocava todo dia em direção à unidade do Serviço Social da Indústria (SESI) onde fez o Ensino Médio integrado ao técnico em mecatrônica. E Robson, que morava em Vitória da Conquista, a 520 km de Salvador, desde cedo começou a fazer cursos de manutenção e redes, fez o ensino médio, até decidir que queria seguir no campo da computação.

“Eu gosto bastante de computação. Acredito que por meio da tecnologia se pode construir muitas pontes em busca da solução de problemas da nossa realidade. Para além da programação em si, creio que a informática pode ajudar e ser bastante útil para resolução de problemas sociais, a exemplo da violência contra a mulher, como foi apresentado no Hackathon”, contou Bárbara Gabriele, contrariando a visão disseminada de que mulheres e tecnologia não têm boa relação.

A equipe vencedora, que antes do início do evento não imaginava nem se classificar e que ainda teve que lidar com o desfalque de um dos integrantes por problemas de saúde, ganhou ingressos para o Campus Party, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, que será realizado na Bahia entre os dias 9 e 13 de agosto, na Arena Fonte Nova.

Ivan Machado, chefe do Departamento de Ciência da Computação da UFBA, avalia o evento como uma grande conquista para a Universidade. “A temática foi extremamente relevante, o envolvimento dos estudantes foi fantástico. Queremos aproximar a universidade da sociedade. Fazemos muita coisa, mas muitas vezes elas não ultrapassam os muros da universidade. Nós temos um potencial muito grande, a instituição também está atenta aos problemas sociais e tem muito potencial para resolvê-los.”

“Tínhamos três grandes objetivos com esse evento: discutir mulheres em tecnologia, aproximar a galera da Campus Party e falar sobre a transparência de dados de determinado tema ou política pública. Com a temática da Ronda Maria da Penha, conseguimos ‘casar’ todos os objetivos com um problema social de extrema necessidade de se discutir. As 12 equipes desenvolveram produtos muito legais, que podem ajudar a Ronda a resolver o problema da violência contra a mulher”, contou Taiane Rodrigues, uma das organizadoras do evento.

O próximo Hackhaton ainda não tem data programada, mas já tem um tema. “Dados abertos da Universidade” será o desafio que os estudantes terão para pensar também em soluções inovadoras para os problemas da própria Universidade. Mais informações serão divulgadas em breve.

Fonte: Edgardigital
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