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Notícias

18/08/2017 14:00

Menos de vinte por cento dos filmes são dirigidos por mulheres

Apenas 17% de um total de 2.583 filmes analisados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) foram dirigidos por mulheres. Dos 192 filmes lançados ano passado, menos de 1% (0,7%) teve uma mulher na direção. Os dados foram apresentados, ontem à noite, pela representante da Ancine, Myriam Assis, na mesa de abertura da Mostra Elas – Filmes Dirigidos por Mulheres, na Sala de Arte do Cinema da UFBA.

A representante da Ancine abriu o debate “Políticas de Fomento à Participação das Mulheres no Audiovisual”, que contou com as presenças de Janaína Rocha, pelo Instituto de Radiodifusão da Bahia (Irdeb), da vereadora Aladilce Souza, presidente da Comissão de Mulheres da Câmara Municipal e da coordenadora de autonomia da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Michele Fraga, representando a titular da pasta, Julieta Palmeira.

A presença feminina é tímida nas funções de direção e roteiro (21%) e mais ainda em fotografia. Apenas 8% dos filmes analisados tiveram uma mulher como fotógrafa. As mulheres ocupam principalmente a produção executiva dos filmes com uma participação em 41% das obras. A participação das mulheres também é reduzida nos filmes de ficção e principalmente filmes de longa-metragem. “A gente sempre fica na administração e nas produções que envolvem menos recursos. Montamos o palco para os homens serem os protagonistas”, disse Myriam Assis.

A maioria dos filmes lançados no Brasil é dirigido por homens brancos. Eles também são os proprietários das produtoras. Apenas 16% das produtoras no país são exclusivas de mulheres. “Os números refletem a nossa sociedade patriarcal. As mulheres precisam ocupar esses espaços e as políticas públicas com recorte de gênero são importantes para quebrar esse bloqueio”, disse a coordenadora de autonomia da SPM-BA, Michele Fraga. “Nosso objetivo com a Mostra Elas foi exatamente dar masi visibilidade e criar um espaço para valorização das produções das cineastas brasileiras", disse a produtora Flávia Santana.

PROGRAMAÇÃO

Logo depois da mesa de abertura da mostra. foi exibido o filme “Amor Maldito”, da cineasta mineiro-carioca Adélia Sampaio, o primeiro longa-metragem dirigido por uma mulher negra. Adélia Sampaio é a homenageada da primeira edição da mostra, que reúne 30 filmes nacionais, entre curta e longa-metragem, selecionados entre 350 inscritos. A Mostra Elas continua até domingo com sessões de curtas e longas, oficina teórico-prática de roteiro, mesa de debates e programação musical.

As “Mulheres por trás das câmeras no cinema brasileiro” é o tema do debate de amanhã com a participação de Ana Luiza Penna (Bahia), Graci Guarani (Pernambuco) e Samanta do Amaral (São Paulo). No domingo, em debate os “Coletivos e Ações Coletivas de Mulheres no Audiovisual”. Os encontros são sempre as 18h30 na Sala de Arte da UFBa. Veja a programação completa no link: www.mostraelas.com
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