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01/08/2019 11:30

Masculinidade Tóxica é tema de roda de conversa na Escola do Olodum

Atualmente, a masculinidade tóxica tem estado entre os principais debates da sociedade, graças ao fortalecimento de campanhas de enfrentamento à violência contra as mulheres. Com esse viés, a Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA) e o Bloco Olodum realizaram um roda de conversa sobre Masculinidade Tóxica, na Casa do Olodum, na noite da quarta-feira (31). A atividade encerrou as comemorações do mês de julho, dedicado às mulheres negras, latino-americanas e caribenhas.

A Casa do Olodum ficou lotada de homens e mulheres que estiveram atentos às falas da titular da SPM, Julieta Palmeira, da pedagoga e conselheira do Olodum, Carla Pita, da subcomandante da Ronda Maria da Penha, capitã Alcilene Coutinho, da psicóloga Alessandra Almeida e do administrador Daniel Lira, que tem estudado sobre a desconstrução da masculinidade tóxica.

O Mapa da Violência aponta que 42% dos casos relatados de violência contra as mulheres acontecem dentro das próprias residências. E, essa violência está relacionada com a cultura patriarcal e machista em que homens precisam mostrar força e não demonstrar sentimentos ou fragilidades.

A secretária Julieta Palmeira disse que o Bloco Olodum é sempre pioneiro em diversas coisas, inclusive em promover o debate sobre a masculinidade tóxica. “Estamos promovendo uma conversa sobre uma realidade latente na nossa sociedade. A masculinidade tóxica tem relação direta com os índices de violência contra as mulheres. Não se trata apenas de punir a violência, precisamos prevenir e desconstruir essa cultura que promove agressores e agredidas.”

Para a pedagoga Carla Pita, discutir a masculinidade tóxica é de grande importante para a sociedade. “Em um momento tão difícil como o que estamos vivendo, com altos índices de violência de gênero, é fundamental travarmos esse debate. Essa temática já foi trabalhada na Escola Olodum, espaço de educação para a paz.”

De acordo com a capitã Alcilene Coutinho, o machismo e o enfrentamento à violência é pauta de homens e mulheres. “É nossa responsabilidade mudar essa realidade. São questões que devem estar na faculdade, dentro de casa, nas relações de amizade e profissionais.”

A psicóloga Alessandra Almeida afirmou que a ideologia de masculinidade tóxica está em foco no país e isso é preocupante. “Discutir masculinidade e violência é discutir relações de gênero e como cada estereótipo do que é ser homem é mulher afeta a vida das pessoas.” Segundo ela, o machismo tem como principal beneficiado o homem. “Mas, esses homens não buscam o sistema de saúde, são os que mais morrem em acidentes de trânsito, os maiores em encarceramento. Tudo isso é reflexo da criação machista e violenta”, declarou.

Daniel Lira, único homem como debatedor, falou um pouco sobre seu processo de desconstrução e identificação de posturas machistas em sua vida. “Pensar a masculinidade tóxica enquanto homem é doloroso, é difícil quebrar a base desse machismo que está na gente. Mas, nós precisamos estar atentos, ouvir e ajudar aqueles homens que estão próximos de nós.”

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