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06/03/2020 11:40
Ganhadeiras e Panteras Negras agitam noite cultural na Casa Respeita as Mina
Na primeira apresentação após a conquista do título de campeã do Carnaval carioca pela Viradouro, as Ganhadeiras de Itapuã fizeram a festa na abertura da programação cultural da Casa Respeita as Mina, no Terreiro de Jesus, no Centro Histórico, na noite desta quinta-feira (5). A noite ainda teve também a participação da banda instrumental Panteras Negras, a primeira formada apenas por mulheres negras em todo o mundo.
Ao apresentar um repertório variado, com sambas e canções que resgatam a tradição do canto das lavadeiras, o grupo animou a plateia que não resistiu e também caiu na dança, especialmente quando as ganhadeiras entoaram o refrão “Ó mãe! Ensaboa, mãe! Ensaboa, pra depois quarar”.
Depois das Ganhadeiras foi a vez das Panteras Negras assumirem o palco da Casa Respeita as Mina, unindo música e discurso engajado no combate ao racismo, machismo, sexismo e à misoginia. “Quando nos perguntam se estamos querendo ganhar o mundo, nós dizemos que não. Queremos ganhar nossas comunidades, nossas quebradas e usar nossa arte como luta contra a opressão”, disse a percussionista Deise Fatuma, que costuma ser a porta-voz do grupo.
A música das Panteras Negras dialoga com narrativas de mulher negras, estabelecendo uma intersecção entre o pensamento de mulheres a exemplo de Conceição Evaristo, Maya Angelou, Audre Lorde e a baiana Carla Akotirene, mas desenvolve também um trabalho autoral fortemente marcado pela urgência do protagonismo das mulheres negras.