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02/06/2020 11:30

Ligue 180: balanço aponta crescimento de 74,6% nas tentativas de feminicídio no Brasil

O índice de violência contra as mulheres no Brasil registrou aumento expressivo no ano de 2019 em relação a 2018. De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 recebeu 3.624 denúncias de tentativas de feminicídio no ano passado, valor 74,6% superior ao registrado em 2018, quando foram recebidas 2.075 denúncias. O “Balanço 2019 - Ligue 180” foi divulgado na última sexta-feira (29), pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Segundo os dados apresentados, o Ligue 180 registrou, na Bahia, 35,7 atendimentos por 100 mil habitantes em 2019. Já as denúncias de violência doméstica alcançaram a marca de 27,16 atendimentos por grupo de 100 mil habitantes no estado, colocando a Bahia na 13ª posição. Em relação a 2020, somente em abril houve um aumento de 36% das denúncias de violência doméstica comparativamente com o mesmo período de 2019.

 “Ao se somar o aumento das denúncias por telefone com uma queda nos registros de ocorrência nas delegacias podemos considerar que aumentou a violência contra as mulheres e também a subnotificação nos meses de março e abril desse ano . É preciso sensibilizar para  o apoio às mulheres em situação de violência durante o isolamento social”, disse a secretária da SPM-BA, Julieta Palmeira. “Nos lares em que a violência já está presente, as mulheres se tornam ainda mais vulneráveis”, acrescentou.

Dados nacionais

Com exceção do feminicídio,  a Ouvidoria Nacional diz que houve redução das denúncias de violência no país. Em 2019, o Ligue 180 recebeu mais de 1,3 milhão de telefonemas, metade das 2,6 milhões de chamadas em 2018. E o número de denúncias registradas também foi menor: 92.663, em 2018, contra 85.412, no ano passado. Ainda no ano passado, as denúncias de crimes e violações representaram apenas 6,5%, ou 85.412 do total das chamadas atendidas. Outras 629,5 mil (47%) ligações foram para obtenção de informações sobre a rede protetiva.

Criada em 2005 para orientar mulheres vítimas de violência sobre direitos e serviços protetivos, a Central de Atendimento à Mulher passou a receber denúncias em 2014, encaminhando-as aos órgãos locais competentes. Os telefonemas para o serviço são gratuitos e confidenciais.

Em termos gerais, os casos de violência doméstica e familiar respondem por 78% do total de denúncias. Em seguida vêm os casos de tentativa de homicídio (4%), violência moral (4%), ameaças (3%), cárcere privado (3%), violência sexual (2%), violência física (2%) e outros (4%).

Quase metade das vítimas que ligaram para o Ligue 180 no ano passado relatou ser vítima de violações semanais. Duas em cada dez destas mulheres sofriam abusos e violência diariamente. A maioria das vítimas é parda, solteira, tem entre 18 e 30 anos e o ensino fundamental completo. Já os agressores são, na maioria, homens (84%), pardos, com 25 a 40 anos de idade e ensino fundamental incompleto.

Também chama a atenção o aumento de 471% no número de denúncias de violência policial contra mulheres. Os registros passaram de 99 queixas em 2018, para 566 notificações em 2019. Nos casos de violência moral, as denúncias aumentaram 46% de 2018 para 2019.

Os registros de homicídios notificados por meio do Ligue 180 diminuíram 84% de 2018 para 2019 e as denúncias de tentativas de homicídio e de violência física contra mulheres caíram, respectivamente, 70% e quase 42%, no período. A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos também registrou um menor número de casos de ameaças genéricas (-74%) e de tráfico de mulheres (-63%), bem como de cárcere privado (-18%), dentre outros crimes.

Com informações da Agência Brasil

 

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