• Bahia estado voluntário
  • Bahia estado voluntário
  • Bahia sem fome
  • selo
  • oxe
  • giga não a violência

Notícias

21/08/2020 14:40

Novo episódio do Podcast Respeita as Mina traz depoimento de jornalista que inspirou lei contra “pornografia de revanche”.

A disseminação de imagens íntimas, não consentidas, se tornou crime no Brasil por meio da Lei 13.771/2018 conhecida como Lei Rose Leonel, sancionada em dezembro do ano passado. A jornalista de mesmo nome, que inspirou a criação da lei, deu um depoimento para o Podcast Respeita as Mina, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPMBA). O episódio estará disponível neste sábado (ouça no spotfy, google podcasts ou apple podcasts).

A Lei Rose Leonel alterou a Maria da Penha, que passou a reconhecer a disseminação de imagens íntimas como violência de gênero. Foram cinco anos tramitando no congresso até a sanção em 2018. Chamado de pornografia de revanche, o crime cometido contra Rose Leonel foi há quase 15 anos, quando o ex-companheiro não aceitou o fim do relacionamento e divulgou fotos íntimas da jornalista.

“As fotos foram divulgadas como se fosse uma fotonovela. Tinha o episódio um, o episódio dois, episódio três. A cada semana ela fazia essa divulgação para cerca de 15 mil e-mail”, relata Rose. No depoimento ela conta que o ex-companheiro ainda imprimiu as fotos e distribuiu no comércio da cidade de Maringá, nos principais condomínios residenciais da cidade.

A jornalista perdeu o emprego, teve a vida revirada e exposta. ““Diante desse sofrimento, eu procurei ajuda, orientação e percebi que não havia informação suficiente sobre o crime. Em cada local que eu buscava por meus direitos, eu era revitimizada , esmagada”.

Marias da Internet

Além de lutar para a criação da lei, Rose Leonel fundou também a ONG Marias da Internet, voltada para a orientação jurídica, psicológica e de perícia digital às mulheres que sofrem com a disseminação indevida de material íntimo. A ONG conta com o trabalho voluntário de profissionais para atendimento às mulheres no Brasil e também brasileiras que residem no exterior.

A ONG divulga dicas de como se prevenir. Caso a mulher opte em fazer fotos íntimas, a recomendação é não mostrar o rosto; evitar mostrar marcas naturais de nascença, pintas ou tatuagens que facilitem sua identificação e nunca partilhar as fotos no dispositivo do parceiro.

A pornografia de revanche foi um dos tipos de violência abordados durante essa semana pela SPM-BA, numa ação nas redes sociais voltada para a violência virtual contra as mulheres. A ação marca o Agosto Lilás, mês especialmente dedicado ao enfrentamento de gênero.

 

Recomendar esta notícia via e-mail:

Campos com (*) são obrigatórios.