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16/11/2020 15:00

Com apoio da ONU Mulheres, plataforma on-line reúne estudos inéditos sobre a participação das mulheres brasileiras na política

As mulheres são mais da metade da população e do eleitorado, mas o acesso aos espaços de poder ainda é dificultado para elas. Para dar visibilidade às desigualdades de gênero e raça na distribuição dos cargos eletivos no país e contribuir para práticas mais justas e igualitárias, o Instituto Alziras lançou, neste mês, a plataforma on-line “Mulheres nas Eleições”. O espaço reúne dados e estudos inéditos produzidos pela organização que ajudam a explicar as barreiras enfrentadas pelas mulheres para serem eleitas e exercerem plenamente seus mandatos livres de discriminação e violência no Brasil.

Ao longo de dois meses, será disponibilizada uma série de quatro estudos que evidenciam os entraves para a inserção da mulher nos postos de poder político. O primeiro deles, denominado “As Prefeitas Brasileiras e os Partidos Políticos”, entrevistou 40% das mulheres à frente do Executivo municipal para identificar a percepção dessas governantes acerca das práticas adotadas por seus partidos para ampliar a participação feminina nas eleições.

Segundo o estudo, 86% das prefeitas do país consideram importante a decisão que obrigou os partidos a destinarem pelo menos 30% dos recursos de campanha para as mulheres. Além disso, 70% delas consideram que as mulheres não estão representadas de forma equilibrada nos principais postos de poder e tomada de decisão de seu partido. Vale lembrar que, apesar de serem quase metade dos filiados aos partidos políticos brasileiros, as mulheres ocupam, em média, apenas 21% das executivas nacionais.

Além disso, menos de um terço das entrevistadas (31%) afirmou que seu partido estava realizando alguma iniciativa de preparação de candidatas no ano anterior às eleições de 2020. O dado é revelador, já que a lei estabelece que pelo menos 5% dos recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados anualmente em programas de promoção e difusão da participação política das mulheres.
“Com essa iniciativa, esperamos contribuir para fortalecer mandatos, estimular candidaturas de mulheres pelo Brasil e, fundamentalmente, criar condições melhores para que elas possam exercer seus direitos políticos. Nosso desejo é que os estudos apresentados possam servir como mais uma ferramenta para subsidiar a ampla luta por mais mulheres nos espaços de poder e tomada de decisão do país. Vale lembrar que as mulheres não são um grupo homogêneo e que elas passam por experiências e opressões distintas conforme seu pertencimento étnico-racial, sua posição socioeconômica, sua religião e orientação sexual”, explica Marina Barros, uma das quatro diretoras do Instituto Alziras, organização sem fins lucrativos cuja missão é ampliar e fortalecer a presença de mulheres em toda sua diversidade na política brasileira.

No portal, serão publicados, na sequência, as pesquisas “Campanhas de mulheres em tempos de pandemia”, “Financiamento de campanhas de mulheres” e “Violência Política de Gênero”. Segundo as pesquisadoras responsáveis, cada um dos quatro relatórios traz o acúmulo de dados e análises realizadas ao longo dos últimos anos, com base em estudos que reuniram a percepção das mulheres que estão na política e discussões mais abrangentes do cenário brasileiro, considerando desde a esfera legal até as dinâmicas sócio-políticas nas quais as mulheres estão enredadas.

A plataforma “Mulheres nas Eleições” conta com a parceria da ONU Mulheres e da Open Society Foundations. E cada um dos relatórios tem o apoio de diferentes instituições, como a Confederação Nacional de Municípios (CNM), a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), a Associação Brasileira de Municípios (ABM), a Fundação Konrad Adenauer e o Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos.

Para conhecer o Instituto Alziras:
https://www.alziras.org.br/

Fonte: ONU Mulheres

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