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30/03/2021 16:00

Presidenta da Fiocruz exalta liderança das mulheres nas pesquisas sobre covid-19

Primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz desde sua fundação, Nísia Trindade Lima participou de uma live sobre mulheres nas ciências e a pandemia, promovida pela Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA). Na ocasião, a cientista social elogiou a participação feminina nas pesquisas sobre a covid-19 e destacou a liderança das mulheres na linha de frente do controle de qualidade da vacina produzida pela Fiocruz.

Parte das ações desenvolvidas pela SPM-BA no Março Mulheres 2021, a conversa foi transmitida na página oficial da secretaria no facebook e mediada pela titular da pasta, Julieta Palmeira. Segundo ela, é essencial valorizar a presença das mulheres nas áreas de pesquisas, assim como fortalecer o complexo industrial de saúde dentro de um processo de desenvolvimento do país.

Com mais de 30 anos na Fiocruz, Nísia declarou que as mulheres ainda são poucas nos cargos de alta direção. “Inclusive, quero aproveitar a oportunidade para expor minha a satisfação de ter no comando da Fiocruz da Bahia, Marilda Gonçalves, mulher negra que tem feito um trabalho significativo. Faço questão de homenageá-la pela sua representatividade”, declarou.

À frente da fundação responsável pela produção, no Brasil, da vacina de Oxford/Astrazeneca, além da realização de estudos e pesquisa sobre as variantes do coronavírus, Nísia falou sobre a importância da sua atual posição. “Presidir a Fiocruz na pandemia acarreta uma situação ainda mais importante, a de dar visibilidade às mulheres que são lideranças na pesquisa da covid -19. Com isso, destacamos a necessidade de uma maior equidade de gênero tanto na ciência como na sociedade em geral.”

De acordo com ela, o Comitê de Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz ainda conta com muitas barreiras a transpor. “O comitê tem apoiado ações para diminuir essas desigualdades. Do ponto de vista de liderança em áreas de pesquisa e tecnologia, é crescente o número de mulheres. Elas são a maioria dos servidores na Fiocruz. As mulheres são a maioria entre pesquisadores, tecnologistas e analistas, que são as carreiras de nível superior.”

Em relação às bolsas de pesquisa, os homens ainda são a maioria. “Nossa sociedade tem tendência conservadora e no campo de pesquisa isso não é diferente. A maternidade é um aspecto que impacta a carreira das mulheres, mas não pode ser superestimada. Preocupados com essa situação, nós analisamos, na Fiocruz, o currículo das mulheres considerando o período da gestação e amamentação, temos pontuado isso nos nossos editais.”

Sobre a covid-19, Nísia afirmou que a pandemia desvela situações que já são conhecidas, mas que tomaram uma proporção ainda maior como a desigualdade social e a importância em investir em políticas públicas. “Vamos superar a pandemia, mas é uma doença que permanecerá com uma necessidade de imunização das suas variantes. Precisamos investir cada vez mais em tecnologia. A população precisa mudar seus hábitos.”

Sobre a produção da vacina Oxford/Astrazeneca, ela declarou que a Fiocruz tem dado total transparência na divulgação de informações. “Nosso cronograma prevê em torno de 120 milhões de doses por mês. Cada lote produzido leva, em média, 20 dias para ser liberado após a realização de todo o processo de segurança.  Já começamos a entrar numa faixa de produção de 900 mil doses/ dia. “

Nísia Trindade

Presidenta da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia é mestra em Ciência Política e doutora em Sociologia. Bolsista de produtividade 1C do CNPq, é pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz e coordenadora da Rede Zika e Ciências Sociais da Fiocruz. Participa de programas e redes internacionais nas áreas de história da ciência e história da saúde e integra os conselhos editoriais dos periódicos Medical History, Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência; História, Ciências, Saúde-Manguinhos; Caderno de História da Ciência-Instituto Butantan e Escritos da Fundação Casa de Rui Barbosa.

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