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Notícias

16/12/2021 10:30

Polícia Civil afasta delegado com fala polêmica sobre assassinato de mãe e filha em Guanambi

Polícia Civil diz que troca nas investigações ocorre por medida administrativa. Fala polêmica do delegado aconteceu em coletiva de imprensa e gerou protestos na cidade

O delegado Rhudson Barcelos, responsável pela investigação do duplo homicídio na região rural da cidade de Guanambi, no sudoeste da BA, onde mãe e filha foram mortas, deixou o caso. Na última segunda-feira (13), Rhudson concedeu uma entrevista coletiva à imprensa local e afirmou que as roupas das vítimas teriam chamado à atenção do suspeito.

“Pelo que ficou subentendido e a gente apurou até o momento, não houve premeditação. Ele não tinha a intenção de praticar o estupro específico com as vítimas. Foi uma questão de coincidência, quando ele saiu do trabalho, (...) se deparou com as duas, com aquelas roupas de malhação, de caminhada, obviamente chamando atenção. Ele disse que daí começou a ter desejo sexual e as seguiu. Passou por elas, estacionou e ficou esperando”.

Além disso, o delegado citou na coletiva que no dia em que foi morta, Alcione Malheiros, 42 anos, teria discutido com o marido no sítio da família. "Nesse dia a vítima tinha tido discussão com marido sítio da família saíram 11h15 casa do sogro, e a sogra pediu para que ela não levasse a filha adolescente, mas que a mãe não viu problema", contou. As falas do delegado repercutiram negativamente nas redes sociais e geraram um protesto feito por mulheres na frente da delegacia na cidade na noite de terça-feira (14).

Rhudson esteve à frente das investigações desde o início do caso, inclusive coordenou a ação que resultou na prisão do suspeito, Marco Aurélio da Silva, de 36 anos. Ele participou das oitivas ao suspeito e a testemunhas. No entanto, deixou o caso após as falas polêmicas.

A Polícia Civil diz que a mudança ocorreu por conta de uma decisão administrativa, “que ocorre sempre que julgado pertinente”.  Ainda segundo a polícia, qualquer inquérito pode passar de um plantonista, caso de Rhudson Barcelos, para o titular. O inquérito do caso passou a ser coordenado pelo titular da Delegacia Territorial de Guanambi, Giancarlo Giovane Soares.

Protocolo do Feminicídio

Lançado em dezembro de 2020, pelo Governo do Estado, o Protocolo do Feminicídio é um documento com quase 200 páginas que traz orientações, diretrizes e linhas de atuação para melhorar todo o processo judicial e de investigação desse tipo de crime. O documento padroniza os diversos procedimentos entre os vários órgãos responsáveis pela investigação e aplicação da justiça nos casos de mortes violentas de mulheres motivadas por razões de gênero. O documento tem como base o modelo latino-americano para investigação do feminicídio elaborado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUHDH) em colaboração com a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres).

Com informações do G1

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