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11/03/2022 11:30
CRAM Elitânia de Souza da Hora é inaugurado em Cachoeira
Parte da programação do Março Mulher 2022, a Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (SPM-BA) entregou, nesta quinta-feira (10/03), o Centro de Referência de Atendimento à Mulher - CRAM Elitânia de Souza da Hora, em Cachoeira, no recôncavo baiano. O equipamento integrante da Rede de Atendimento às Mulheres funcionará na Rua Ana Nery, nº 7, no centro da cidade.
Durante a inauguração, a titular da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA), Julieta Palmeira, disse que embora tenha uma variação de 10% ou 20% a menos esse ano com o aliviar da pandemia, os índices continuam muito elevados em Cachoeira e região. “Não olhamos apenas Cachoeira, olhamos toda a região do Recôncavo e também em Salvador. Salvador teve uma variação também para menos, mas os índices continuam elevados. Por isso a gente não pode subestimar a questão da violência contra as mulheres”, explica.
Ela destacou, ainda, que há necessidade de políticas públicas para esse combate, como esse equipamento inaugurado que servirá para uma proteção mais efetiva às mulheres. Recentemente, lembra a secretária, o estado assinou um convênio com o Instituto Avon para acolhimento as mulheres. “Acolher aquela mulher que dá queixa do marido e não pode voltar para casa. Elas ficarão no Hotel Accor, com diárias pagas, até conseguir um local para ficar”. Isso porque existe risco de ela voltar pra casa”.
A prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga, ressaltou que é preciso fortalecer esses vínculos, as redes de atenção e de apoio a todas as mulheres cachoeiranas, principalmente as que são vítimas das diversas violências. “Nós não vamos aceitar nenhum tipo de violência. Se mexer com uma, vai mexer com todas. E essa rede de proteção às mulheres não vai ficar apenas no perímetro de Cachoeira, apenas em nossa jurisdição. Ela vai alcançar outros municípios. Toda e qualquer mulher vítima ou em situação de violência no Recôncavo pode nos procurar. Nós estaremos dando total apoio psicológico e jurídico”, disse.
A deputada estadual Fabíola Mansur, responsável pela emenda que possibilitou a iniciativa, destacou que o seu compromisso com a pauta das mulheres não apenas de enfrentamento as diversas violências, mas também de empoderamento feminino, de geração de emprego e renda, de autonomia das mulheres. “Trazer para Cachoeira, uma cidade absolutamente feminina e negra, um Centro de Referência em Atendimento à Mulher, em parceria com a prefeita Eliana e com a Secretaria de Políticas para as Mulheres aqui, é muito especial. É um momento simbólico porque, além de ter a sua inauguração na gestão de uma prefeita mulher, por fruto de uma emenda parlamentar, de uma deputada mulher e também de uma secretária, que teve todo o compromisso de dar celeridade de trazer pra cá o 35º CRAM”.
Equipamento
O CRAM leva o nome da estudante de 25 anos assassinada pelo ex-namorado, em novembro de 2019 , quando voltava da aula na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), onde estudava Letras. A SPM-BA cedeu todos os móveis, brinquedoteca, um carro e outros equipamentos necessários ao funcionamento da unidade, frutos de Emenda Estadual Impositiva da deputada Fabíola Mansur (PSB). A secretaria é responsável pela capacitação dos profissionais da equipe de atendimento e fiscalização. Caberá à Prefeitura Municipal de Cachoeira a manutenção da casa e o pagamento dos salários dos servidores.
O Centro de Referência reforçará a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres no município, oferecendo atendimento psicológico, social e de orientação jurídica. Cachoeira conta com uma delegacia territorial, uma secretaria municipal de políticas para as mulheres, o CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) e o CRAS (Centro de Referência em Assistência Social).
Além da orientação e atendimento especializado às mulheres, os CRAMs também têm como atribuição promover ações de prevenção à violência de gênero, como oficinas, palestras e qualificação de profissionais que atuam na rede de atendimento à mulher. Os centros devem monitorar as ações desenvolvidas por instituições municipais, defender o direito das mulheres e a responsabilização dos agressores.