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Notícias

11/12/2017 12:00

Mulheres negras têm 2,19 mais chances de serem assassinadas do que brancas

As mulheres negras com idade entre 15 e 29 anos têm 2,19 mais chances de serem assassinadas do que as brancas de mesma idade no Brasil. A informação consta no Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência 2017, divulgado nesta segunda-feira (11). Pela primeira vez a publicação traz uma análise especial com recorte de gênero.

A pesquisa foi elaborada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e a Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, com apoio técnico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre o peso do racismo no quadro de violência e letalidade no país.

No estudo, são agregados dados como frequência escolar, escolaridade, inserção no mercado de trabalho e taxas de mortalidade por homicídios e por acidentes de trânsito.

No topo da desigualdade entre as taxas de homicídio estão os estados do Rio Grande do Norte, no qual as negras morrem 8,11 vezes mais do que as brancas, e do Amazonas, cujo risco relativo é de 6,97 (o risco relativo é a variável que considera as diferenças de mortalidade entre brancos e negros). Na Bahia, as mulheres negras morrem 2,94 vezes mais do que as brancas.

Escravidão e racismo

O documento lembra que o Brasil foi o último país do mundo a abolir oficialmente a escravidão, em 1888 - quando os negros já eram cerca de 50% da população -, mas ressalta que a abolição não significou a possibilidade de inserção no mercado de trabalho para essa população, que exercia trabalhos precários e, em geral, nas zonas rurais, enquanto os imigrantes europeus eram absorvidos por fábricas em centros urbanos, em meio ao avanço do processo de industrialização.

A partir dos resultados do levantamento, o IVJ 2017 conclui que os índices “evidenciam a brutal desigualdade que atinge negros e negras até na hora da morte”. De acordo com o documento, “essa desigualdade se manifesta ao longo de toda a vida e em diversos indicadores socioeconômicos, em uma combinação perversa de vulnerabilidade social e racismo que os acompanha durante toda a vida. Não à toa, negros e negras ainda sofrem com enormes disparidades salariais no mercado de trabalho: dados recentes divulgados pelo IBGE mostram que negros ganham 59% dos rendimentos de brancos (2016)”.
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