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19/11/2019 12:10

Descolonizadas é tema do último Mulher com a Palavra de 2019

Três mulheres negras, ativistas e com destaque em suas áreas de atuação foram as convidadas da última edição de 2019 do projeto Mulher com a Palavra. Com o tema Descolonizadas, a ativista, artista visual e acadêmica afro-alemã Natasha A. Kelly, a cantora Luedji Luna e a psicóloga e integrante da Rede pela Diversidade da Avon, Mafoane Odara, participaram de uma conversa enriquecedora no palco do Teatro Castro Alves, que teve a mediação da jornalista Rita Batista.

Marcando a abertura dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres na Bahia - que começa nesta quarta (20/11), Dia da Consciência Negra -, o Mulher com a Palavra teve início com uma apresentação do Grupo Amora, da unidade do Neojibá do Nordeste de Amaralina. Formado por meninas musicistas, o grupo tocou algumas canções que fazem referencia à cultura baiana.   

Titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA), Julieta Palmeira recitou um poema da escritora Conceição Evaristo. “Não poderia iniciar essa edição de outra forma, a não ser com a obra de uma das mais importantes escritoras da atualidade. Falar de igualdade, é falar das mulheres negras e suas histórias”, declarou.

Primeira convidada internacional do Mulher com a Palavra, Natasha Kelly falou sobre seu processo de descolonização. “Esse é um processo longo. Sempre me proponho a descolonizar o meu corpo, minha mente e tudo ao meu redor. Não existe nada nesse mundo que não precise ser descolonizado”, declarou. Segundo ela, o racismo precisa ser visto de vários aspectos e um deles é a situação do povo nativo, que estava aqui antes da colonização e da diáspora africana. “O racismo alcança muitas dimensões e, por isso mesmo, precisa ser visto de diferentes perspectivas", disse.

Para Mafoane Odara, a temática é interessante, pois convida a pensar sobre o que fazer daqui pra frente. “A colonização retirou três coisas importantes das pessoas: a humanidade, a sua história e a possibilidade de sonhar. O processo de descolonização é pensar para além de ultrapassar os limites. O exercício é justamente entender como vamos construir essa nova nação e como pautar nossas atitudes. Essa conversa aqui, por exemplo, é parte do processo de descolonização”, avaliou.

De acordo com Luedji Luna, a colonização opera, também, no campo dos afetos. “A descolonização vai de encontro à escravidão. Essa mulher descolonizada é a que eu procuro. Estou nesse caminho e tenho praticado no meu trabalho e nas minhas relações. É um caminho lento, pois vivemos em uma sociedade extremamente racista”.

O Mulher com a Palavra é um projeto da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA) em parceria com a Maré Produções Culturais, a iniciativa conta com patrocínio da Avon e Bahiagás.

Nesses quatro anos, o projeto já recebeu Giovana Xavier, Liniker, Leandra Leal, Mariene de Castro, Ana Maria Gonçalves, Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo, Karol Conká, Gaby Amarantos, Zezé Motta, Maíra Avezedo, Joice Berth, Lívia Natália e Carla Akotirene. Ainda participaram artistas como Daniela Mercury, Camila Pitanga, Taís Araújo, Pity, Marina Lima, Elza Soares, Zélia Dunkan, Márcia Tiburi, Preta Gil, MC Carol e Elisa Lucinda. 

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