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Notícias

06/11/2020 15:20

Gestoras de políticas públicas para mulheres do NE repudiam advogado que humilhou Mari Ferrer

Em nota, as gestoras de políticas públicas para as mulheres do Nordeste expressaram repúdio a Cláudio Gastão da Rosa Filho, advogado do empresário André de Camargo Aranha, e aos representantes do Judiciário que  “permitiram uma série de insultos”.

André é acusado de estuprar a modelo Mariana Ferrer e Cláudio humilhou a vítima durante julgamento. Além disso, analisou as imagens do caso e afirmou que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana. Ele também repreendeu o choro da modelo: “Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo”.

De acordo com trecho da nota, “o julgamento foi marcado por um deplorável e bizarro show de violências explícitas e ataques machistas protagonizados pelo advogado e por representantes do sistema judiciário”.

 

Leia íntegra da nota abaixo:

Nós, gestoras de políticas públicas para as mulheres do Nordeste, expressamos nossa indignação sobre a postura machista, violenta e desrespeitosa do defensor do acusado, durante o julgamento do processo da influencer Mariana Ferrer contra o empresário André Aranha, acusado de estupro, e sobretudo com a passividade e conivência da promotoria e do magistrado.

O julgamento foi marcado por um deplorável e bizarro show de violências explícitas e ataques machistas protagonizados pelo advogado e por representantes do sistema judiciário, que permitiram que uma série de insultos, intimidações e atrocidades fossem direcionadas à vítima desse crime odioso, além da exposição de sua imagem ligada à uma violência hedionda e abjeta, considerando a mesma como culpada pelo seu estupro.

Confiamos nas instâncias superiores da Justiça e exigimos a anulação desse julgamento eivado de ódio de gênero contra os corpos das mulheres. Num ambiente institucional em que se deveria acolher, respeitar e garantir dignidade à vítima, por meio do tratamento justo, casos como o de Mariana Ferrer não podem ter outro resultado que não o de condenação do estuprador.

O caso Mariana Ferrer é emblemático, pois escancara o patriarcalismo do poder judiciário no tratamento às mulheres em situação de violência sexual. Não podemos aceitar esse resultado e todas as suas barbaridades com naturalidade.

Esperamos que as instâncias superiores da Justiça brasileira não permitam esse retrocesso e revertam essa decisão espúria, punindo na forma da lei o agressor. Estamos acompanhando de perto e faremos o que for possível para que Mariana Ferrer, assim como tantas milhares de meninas e mulheres, encontrem justiça para seus casos e que a impunidade não prevaleça.

Assinaram a Nota de Solidariedade as secretárias de Políticas para as Mulheres: Maria Silva, de Alagoas; Julieta Palmeira, da Bahia; Denise Aguiar, do Ceará; Nayra Monteiro; do Maranhão; Lídia Moura, da Paraíba; Sílvia Maria Cordeiro, de Pernambuco; Zenaide Lustosa, do Piauí; Eveline Macedo, do Rio Grande do Norte; Leda Lúcia Couto de Vasconcelos, de Sergipe.

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